Engenheiro cria óculos que se ajusta a qualquer grau
Depois que completou 50 anos de idade, o argentino e professor de engenharia eletrônica Carlos Mastrangelo, passou a enxergar tudo borrado e precisou usar óculos. Com as lentes simples, ele precisava tirar os óculos varias vezes ao dia, para enxergar os objetos que estavam distantes. Se usava lentes bifocais e multifocais, seu campo visual era reduzido.
As lentes bifocais foram inventadas por Benjamin Franklin, em 1784. Mastrangelo disse que estava “muito decepcionado”, porque o sistema médico “não poderia oferecer algo melhor e mais moderno do que aqueles óculos que têm centenas de anos.”
Isso motivou o argentino a resolver o problema sozinho. Ele que trabalha como professor de engenharia elétrica e informática na Universidade de Utah, nos Estados Unidos, reuniu um grupo de engenheiros, há dois anos, para trabalhar com seu projeto de “óculos inteligentes”.
No segundo ano, a iniciativa foi financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA e os cientistas desenvolveram seu primeiro protótipo. Em 2017, ele recebeu um financiamento inicial do Estado de Utah para produzir uma versão para consumo público.
A invenção tem um microcontrolador que ajusta continuamente o poder dos óculos para enxergar claramente os objetos a qualquer distância. As lentes são líquidas (uma membrana elástica de goma de silicone muito fina) em vez das lentes tradicionais. E para determinar o tipo de defeito ótico do usuário, as lentes vão agir com um aplicativo móvel via Bluetooth, podendo resolver qualquer problema relacionado ao foco.
Mastrangelo diz, no entanto, que seus óculos inteligentes não podem resolver problemas associados a danos na retina (como retinite pigmentosa) nem problemas ligados ao bloqueio cristalino (catarata). De acordo com o professor, uma das maiores dificuldades do projeto está em criar uma bateria leve o suficiente e de duração prolongada para carregar os óculos. Estima-se que o produto final estará à venda em 2 ou 3 anos.